Senador pede comparecimento do CEO da Boeing em meio à preparação da legislação de supervisão da FAA

Corey

Na quinta-feira, o Senado dos Estados Unidos declarou que o CEO da Boeing, Dave Calhoun, precisaria fazer outra aparição perante o comitê enquanto preparam legislação que permitiria à Administração Federal de Aviação dos EUA ter melhor supervisão dos fabricantes e melhor controle de qualidade. Essa aparição está prevista para acontecer no próximo mês.

Outra Comissão do Senado

Enquanto o CEO da fabricante de aeronaves americana Boeing estava no Congresso há algumas semanas respondendo a perguntas sobre a série de questões de segurança enfrentadas pela Boeing e a cultura de segurança na organização, relatórios deReutersafirmam que o CEO cessante foi convidado a fazer outra aparição diante da Presidente do Comitê de Comércio do país, Maria Cantwell. A agenda da reunião do comitê é estabelecer legislação para aumentar a supervisão fornecida pela Administração Federal de Aviação (FAA) sobre fabricantes como a Boeing.

Espera-se que Calhoun compareça perante este comitê durante uma audiência de 6 a 7 de agosto sobre o incidente de explosão do plugue da porta do Boeing 737 MAX 9 da Alaska Airlines, que o National Transportation Safety Board (NTSB) está investigando.

Foto: Joe Kunzler | Voo Simples

O presidente do Senado, Cantwell, afirmou que o objetivo da audiência era compreender por que a FAA “deixou cair a bola” e o que pode ser feito para garantir que a FAA “faça o seu trabalho”. A audiência também ajudará o Senado a entender por que o Sistema de Gestão de Segurança (SMS) da FAA não era robusto o suficiente anteriormente.

Ao ter Calhoun na audiência, a comissão pode identificar o que poderia ter corrido mal e corrigir as questões, evitando tais questões através da implementação de nova legislação, que supostamente inclui a utilização de SMS na agência para melhorar a supervisão.

Boeing se declara culpada

No início desta semana, a Boeing concordou em se declarar culpada de acusações de fraude criminal relacionadas aos dois acidentes fatais do Boeing 737 MAX 8, ocorridos em 2018 e 2019. A organização se declarará culpada de conspirar para enganar os reguladores, porque a Boeing não divulgou que o MCAS (Maneuvering Characteristics Augmentation System), um novo sistema, foi integrado à aeronave.

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Foto: Marco Menezes | Shutterstock

Segundo o acordo aceito pela Boeing, a organização seria multada em US$ 243,6 milhões e permaneceria em liberdade condicional por três anos. Durante este período, um monitor de conformidade independente supervisionaria as operações da Boeing, e a Boeing teria de investir 455 milhões de dólares em programas de conformidade e segurança para melhorar os seus padrões de segurança.

No entanto, ao se declarar culpada, a Boeing será considerada criminosa, afetando potencialmente os futuros acordos do fabricante com contratos governamentais, de defesa e espaciais, que representaram 30% da receita no ano passado.

O que é SMS?

Um Sistema de Gestão de Segurança (comumente conhecido como SMS) é uma estrutura seguida por uma organização que garante que quaisquer riscos operacionais potenciais sejam identificados e seu impacto avaliado. Isso permite que as ações corretas sejam tomadas para minimizar o risco. Considerando que a indústria da aviação segue os mais altos padrões de segurança, o que torna o voo o meio de transporte mais seguro, é comum encontrar companhias aéreas, organizações e até fornecedores terceirizados com sistemas SMS robustos que garantem segurança em todos os aspectos.

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Embora os Sistemas de Gestão de Segurança (SMS) muitas vezes complementem os Sistemas de Gestão de Qualidade (SGQ), é importante notar que estes são dois sistemas diferentes com funções distintas. Enquanto o SMS adota uma abordagem baseada em riscos, identificando riscos e avaliando seu impacto, o SGQ adota uma abordagem baseada em conformidade, garantindo que as operações cumpram os padrões internos e externos.

No final das contas, ambos os sistemas precisam trabalhar em conjunto para garantir os mais altos padrões de segurança.